sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Alegria, alegria

Sento para escrever tomada de uma profunda alegria.
Poderia se dizer que tal alegria, e provavelmente este impulso por escrever, é obra do livro que acabo de ler. Acabo no sentido mais literal, faz talvez 2min que tenha terminado as 200 e poucas páginas que restavam qdo me deitei para ler.
O livro em questão chama-se A Sombra do Vento, do mais recente fenômeno literario espanhol, um catalão hispânico de nome Carlos Ruiz Zafón. Vi o tamanho desse fenômeno ao vê-lo lotar de pedestres a quadra entre Gran Via e Passeio de Gràcia, mas tive de voltar ao Brasil para lê-lo, em português, aproveitando o livro presenteado a meu pai por uma aluna. O livro é ótimo, dos que você lê "só mais um capítulo" por horas, de envolvente. Viajei por minha querida Barcelona, percorrendo num texto em português ruas denominadas por Zafón em espanhol (quem esteve em Barcelona sabe que todas as ruas da cidade tem seus nomes em catalão) como nos tempos de ditadura franquista. DEliciei-me na história, aprendi e usufrui dos conhecimentos da cultura espanhola. Conhecendo ou não Barcelona, é um romance que vale muito a pena!

Mas não estou feliz só pelo livro, por mais gratificante que seja uma boa leitura. Estou alegre por mim, orgulhosa de entender e respeitar minhas vontades. Convites para programas não me faltavam: esquenta e forró com amigos que eu amo, barzinho com pessoas que começo a conhecer, jantar e praia com minha família... Mas eu, não sei explicar porque, queria sossego, mesmo sem saber que tipo de sossego. Peguei o livro para tirar um cochilo e então achei q minha "má-vontade" passaria. E me dei conta de que o que eu queria nao era ficar sem fazer nada, era ficar comigo mesma, única e exclusivamente comigo. Cancelei tudo, e mergulhei nesse livro que, talvez até inconscientemente, eu tenha escolhido para voltar ao lugar no mundo em que mais pude estar assim feliz por minha própria companhia: Barcelona.
Estou feliz porque entendi que começo a aprender a diferenciar preguiça (um mal que me acomete, reconheço) e vontade própria. Estou alegre por ter ouvido meu anjo guardião (ou qualquer nomenclatura que se lhe atribua). Estou realizada por haver me respeitado.

Volto a filosofar, sim. Mas mais do que isso, volto a seguir esse impulso que sempre me acomete e nunca o faço: ESCREVER. Tenho vários posts prontos, mas que se perdem provavelmente pela preguiça ou outro empecílio que imponho.

Estou alegre por estar aqui.

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